quinta-feira, 10 de junho de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

ingratidão

Numa vida de cunhas e favores
a ingratidão parece fazer de nós seus admiradores.
Ainda estou para perceber, porque somos ingratos,
e como a ingratidão é dos gestos mais ferozes e exatos.
Hoje nao se agradece, não se pede, é se ingrato.
A nossa mentalidade retrógrada, parece um mini disc compacto.
Limita-se ao que lhes intrudozimos.
Talvez existam agradecimentos silenciosos que não ouvimos.
Nós vivemos com isso, mas tornamo-nos em pessoas menos gratas.
A nossa sensibilidade ainda anda de gatas,e as nossas sensasões são insensatas.
A ingratidão não passa apenas pelo agradecimento
passa também pela aceitação de um pensamento.
E quando é enorme, o constrangimento
, parece matar-nos a um ritmo muito lento.
Estaremos constrangido pela ingratidão
ou apenas vemos o que é ser ingrato. Qual é a sensação?

sábado, 5 de dezembro de 2009

janela
Ao passar na rua, vi-te naquela janela.
Quando lá voltei a passar, voltei a ver-te.
Se calhar, ou talvez, seja uma forma de comover-te
a vires à baixa da cidadela.

Escondias-te por detrás de uma cortina.
Enquanto as pessoas andavam na rua sobre uma vida citadina e continua.
Talvez, ainda fosses uma menina.
Tentava ver-te a cara, mas quando reparavas
escondias-te ainda mais. Como se a janela tivesse um poder.
Não sei, o que vias, o que esperavas
e em mim permanecia a vontade de te conhecer.
Até que um dia, da tua janela, soaram gritos
encoaram-se vozes, choros e lágrimas. estavam todos aflitos, todos aos gritos...

Quem passava na rua, não se percebia o que estava por detràs da janela. Até que uma senhora e a sua simpatia, me disseram que te chamavas Rafaela e que uma paixão te levou à baixa da cidadela.

sábado, 28 de novembro de 2009

Os rostos parecem aborrecidos,
as faces entristecidas
e as mágoas que não são contidas.

Indecisos ou apenas desiludidos,
talvez se sintam cuspidos
ou talvez a mentira deixou de brincar às escondidas.

Hoje parecem viverda agonia e do sentimentalismo
que ainda por obscuro que fossem, esses sentimentos.

Aonde está o positivismo?

No sotão dentro de um bau?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

tantas são as vezes (sem intenção)

Tantas vezes que erro, sem dar conta, sem intensão.
As vezes e os erros multiplicam-se, instala-se a confunsão.
Não consigo geri-la. Ou simplesmente aceitá-la.
Dentro de mim, a minha mente não pensa, não sente e quando fala
é como se continuadamente repetisse, a palavra « erraste».
Peço desculpa, tenho medo do que dizer
porque o receio das palavras incertas e a inoportunidade do momento
que parece corroer o meu corpo, a minha mente, a sensibilidade.

O desiquilibrio. A derrota. O momento sem glória.
No entanto, e tantas são as vezes, que estes tantos erros, que sem intenção.
Escrevem uma história.

terça-feira, 27 de outubro de 2009


Se não tentasse, dizer-me ião para tentar.
Se lutasse, dizer-me-ião que não iria conseguir.
Por mais que eu queira, é dificil determinar
porque eu não paro de me iludir.
Então a dificuldade surge, e como não pudesse mudar
já tenho um caminho traçado a cumprir.
Entretanto a dificuldade multiplica-se e eu não a consigo controlar.
Com o descontrolo, a insegurança
que o meu ser acaba por construir
é a mesma insegurança, que avança, que me cansa
e que me leva a pensar em desistir
de tudo, da vida, do meu país, dos meus amigos.
Enquanto pensarmos que as pessoas são pára-abrigos
em que contamos, falamos e esperamos momentos sentidos
seremos apenas pessoas sem objectivos.


depois da saida


Hoje, saí do mosteiro
rumo ao desconhecido.
A um mundo inteiro
que eu tinha esquecido.
Ao dinheiro
que tinha desaparecido.
E o que vem primeiro,
quando eu não tenho vivido,
tenho apenas seguido
hábitos e costumes.
Onde tudo parece reflectido,
aonde tudo parece defenido,
existe traições e ciumes.
Assumem-se como actos consentidos.
Não explicaveis. Mas estes são escondidos.
Entre um, entre os 2.
Quem se diz entendido? E depois?


Entender é uma coisa, viver é outra.


Sequenciando o nosso quotidiano,
num mundo cada vez mais individualista
e menos humano.
Uma convivência teatralista
esconde a verdade por debaixo de um pano.
De uma realidade falsa
de uma fundamentação que realça
a importância do ser, como individual.
Podem-me dizer que a culpa é da sociedade,
do trabalho, da precaridade ou até da própria escolaridade.
O desenvolvimento, a vida, a própria sobrevivência.
e a nossa capacidade
remetenos para uma dependência
da nossa individualidade.

E os sentimentos vivem sobe carência
de uma necessecidade
carnal, sexual e até mesmo afectiva.
O pior é que a necessidade pode levar-nos
a uma vida auto destrutiva.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Nós

Ontem via na televisão
uma critica ao nosso desenvolvimento.
Sim. Eu falo do desenvolvimento nacional.


Contudo e apesar de tudo, continua a haver descaramento
para haver perdão a senhores, envolvidos em casos de corrupção.
Continua a haver pessoas que não sabem separar o bem e o mal.

Penso, porque continuamos assim?

Pela manhá, no café, fumo um cigarro e leio o jornal
que fala da politica, da desigualdade social,
da evolução material e de uma era pós-industrial.
Logo me lembro, que a liberdade se confunde com a liberação,
que as noticias muitas das vezes não têm qualquer fundamento
e que os outros conseguem humilhar a nossa dignidade que se chama, Portugal.

Já em casa, o computador e a internet estão unidos
aos nossos olhares, aos nossos pensamentos e eis que nós somos submetidos
ao que lemos, vimos e ouvimos.
Uma internet e um computador que muitas das vezes limita a nossa interação
com os outros. Assistindo a uma emancipação
da internet como vicio, não como um recurso de informação.

Nós, somente Nós...

Conseguimos limitar o nosso desenvolvimento já por si mesmo limitado,
por nós, pelos telemoveis, pelos jornais, pela internet e por tantos meios de comunicação.
Estagnados! É como nós estamos perante o tempo. Faltará tempo para nós valorizarmos cada relação?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009



Acordo, com uma impressão de mau estar,
com um mau humor, que começa a evidenciar
as saudades de um amor, como se não consequisse
alegrar-me. Como se alguém me pedisse
para parar de sonhar.
Eu, egoista e egocêntrico. Individualista até
mais saber. Falam-me, perguntam-me se tenho fé.
Respondo que a nossa fé, não é uma janela.
Antes de mais, parece uma sequela
que quando abre, a dor entra de dela
e eu suporto essa mesma dor,
penso que tenho que suportar a dor.
Mas não vejo, que alguém que não eu suporta também essa dor
e consegue aguentar a minha e a sua dor.
Tantas são as vezes em que me pergunto como consegue.
Entre tudo isto sinto que me foi entregue a mágoa.
Contudo a dor que me persegue não é a mágoa
é antes, uma simulação de uma queda de água
que eu comparo com a queda da minha identidade
e nessa queda, esse alguém estimula a minha criatividade,
a minha capacidade, a minha autostima, a minha fé, o meu amor...


Esse alguém é me tão importante, que eu tento dar-lhe o devido valor e não consigo!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Não te sei responder.
Não sei o que te dizer.
em mim, a gélida impressão que me faz tremer.
A pulsação que me faz desvanecer
de fraqueza, é a mesma pulsação que me está a bater
por eu navegar sobre e com a tristeza.
É daqueles dias em que eu sou um incompreendido, em que eu não me compriendo.
Em que não quero ser compreendido, porque se eu não me entendo
como irão os outros entender-me?
Como se corresse numa maratona sem objectivo de chegar ao fim.
Eu sinto-me um pouco perdido, desorientado. Mas de facto tudo isto vem de mim....

terça-feira, 22 de setembro de 2009

untitlement

O frio. A solidão. A Aragem do mar.
Todo o vazio, que a devastação me consegue trazer.
A perturbação, que me consegue levar.
A inconsciencialização que não para de escrever
sobre o que sinto, sobre o que imagino.
Tento, luto e não consigo ignorar
o sentimento mais puro, de um sentimento mais benigno.
Andamos rodeados por espiritos ou de sentimentos com vida?
O desejo e a mortalidade, parecem envolvidos, como o amor e a diferença.
A nossa incapacidade de bondade, parece ainda mais perdida
quando damos por um dado inocente, uma consequente sentença!
Dividimos a sociedades por escalões. Acreditámos em histórias de outras civilizações.
Hoje, somos seres humanos sub-nutridos de muitas aptidões.
Principalmente aptidões sociais e civicas. A cada ano que passa, todos comentam a degradação das gerações.
Existe alguma degradação geracional? ou Devemos suportar isso, como um desenvolvimento social?

sábado, 22 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

longitude entre outras coisas




A distância

Uns dizem que a distância custa.
Outros, comentam que a distância os assusta.
Eu digo, a distância é quem me ilustra,
porque longe, eu sinto a saudade,
a verdade de cada sentimento e a necessidade
de demonstrar isso em cada momento.

Distantes, parece que damos mais valor
às coisas. Enquanto eu tento supor
é a distância que me leva e que me faz sentir o que é o amor.

Embora esse amor, ainda que distante
me faça sentir vivo, alegre e importante.
E para que muitos a distância seja perturbante,
para mim, a distância é sinónimo de coração confiante.

Distantes, é como nós vivemos.
Distantes, é como permanecemos.
Distantes, é como tememos
os arrepios dos nossos medos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

baseado...


High tide or low tide

A amizade parece viver entre a complexidade
da sua continuidade e a complexidade
da nossa mentalidade.

Por vezes agimos sem razão,
sem lógica ou uma parcela de percepção
do que fazemos, e então
ficamos com metade do coração
em cada mão.

Por vezes, parece que naturalmente
a amizade vai passando por dificuldades.
E a complexidade que surpreendentemente
se transforma em algo banal.
Por mais que desenvolvam as sociedades,
à que ver que uma amizade não tem mal.

Os amigos, não são aqueles que temos.
Os amigos, não são aqueles com os quais, coisas fazemos.
Os amigos, são aquelas pessoas importantes das quais gostamos e com as quais vivemos.


A-mar é ter fé!

Vivemos um pouco aquém de nós e aquém dos outros.
Tanto que psicólogos, sociólogos e antropólogos consideram os seres humanos, loucos.

Desmotivamos, com uma dificuldade.
Desvalorizamos o nosso ser, a nossa própria identidade.

Perdemo-nos com o medo, vivemos com o medo
e quando ele deixa de ser segredo?
No que se torna? Num pensamento envolvido num enredo?

Vemos o lado mau das coisas, mas será que conseguimos ver os bons?
Um sorriso, um abraço, um olhar, um beijo… Torna os gestos em vários tons.
Tornando assim o dia mais colorido.
Para que realmente sentirmos que ter fé em nós, é dar um sentido
à nossa confiança. Enquanto o mundo anda à deriva e perdido
eu sinto a esperança, que um dia terei amado
um dia tive fé. Misturando o presente com o passado
sinto um orgulho e um amor vivido.

atenção


Reminiscência

Quero-me lembrar,
que existo.
Dizer-te como ainda te consigo amar
e que apesar de não ser visto.
És tu que me fazes aprender a aceitar.

Longe vão os tempos em que me lembrava de tudo.
De mim, de ti e sinceramente dos contrastes do mundo.
Esta reminiscência é algo tão profundo,
que esqueço que tenho memória e cada segundo
que passou é como se não tivesse passado.
Como histórias da antiguidade,
as histórias de ambiguidade,
de um romance estranhamente estruturado.

A cabeça anda perdida
e por agora a amnésia faz parte da minha vida.
Ou eu quero que faça, porque perdida
eu posso ignorar qualquer sensibilidade sentida.
E aí a verdade facilmente é omitida.

Dou um passo na rua.
Choco com uma pessoa na rua.
Pergunto a uma pessoa da rua.
- Aonde a minha vida continua?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Piano

Ao canto da sala, um pequeno piano.
Sobre si, um branco pano.
Quando toca, parece transformar-se num ser humano,
ou muito me engano,
ou, existe alguma espécie de espírito naquele piano

Naquele piano, em que a minha avó tocou.
Aquele foi o piano que o meu avô concertou,
estava abandonado, despedaçado e quebrado.
O piano, que uma paixão despertou
e hoje traz consigo a história do meu passado.

Depois de a minha avó morrer, o piano parou
e o seu som, parece que se eternizou
em todas as minhas memorias infantis.
Não me deixam tocar naquele piano, porque? Ninguém me diz?

Um destes dias, arriscarei, irei tirar-lhe aquele pano
e descubro o espírito daquele piano...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

fotografia































para quem ainda não sabia, também tenho o hobie de fotografar aqui está uma pequena amostra disso mesmo.

domingo, 14 de junho de 2009

«se eu viver dessa luz, q apaga a noite em mim?»



Pergunto-me

Perguntaram-me quem tu eras,
como eras e de onde eras.
Á pessoas mentirosas,
mas será que à pessoas sinceras?
Até que ponto, pensamos que a vida é um mar de rosas?

É então, que alguém me responde
mas eu não sei como, nem de onde
esse alguém me responde.

Parece que oiço, uma voz suave e de embalar.
Será que és tu mãe? Será que és tu?
Pergunto-me, o que me quererás falar?
Então apareces, como um anjo, para me ajudar.



Any bee

Gostava de te dizer,
porque estou assim.
Não consigo, este é o meu ser
que muitas vezes fala por mim.

Custa-me quando me ligas
e eu permaneço calado.
Poderei deixar no ar, intrigas.
Eu sou assim, não é querer estar distanciado.

Á dias em que a estranheza me invade.
Talvez porque a estranheza me persuade.
Mas sabes, que te direi, a verdade.
Este sou eu e esta é a minha personalidade.

Muitos me comparam ao velhote
do monte, que vive só com o seu cachalote,
numa barraca de chapas e de barrote.
Velho, estranho e escritor.

Eu não me comparo, apenas penso que esta é a forma como vivo,
nada mais.

terça-feira, 2 de junho de 2009

o que procuramos?


Procuramos um futuro,
ou um lugar seguro
para a nossa sobrevivência?
Num meio cada vez mais duro.
Nas ruas vejo a violência
lido com a efervescência
de uma juventude que não sabe viver a adolescência.
Sem pensar em qualquer consequência
consigo imaginar um futuro e a eminência de uma decadência
da decadência à inconsciência da irreverência.

Politica aplicada, incompreendida, corrupta e inadaptada
a uma sociedade comodista, que não consegue ver nada.
E a democracia ilude com uma liberdade de fachada.
Sente-se a revolta, quer-se a revolta, mas a voz está calada
e pela calada, a revolta procura ser silenciada.
O que procuramos, englobar a vida numa vida já antes designada?

Temos ilusões, vivemos alucinações.
Por vezes parece que perdemos as nossas sensações
e muitos dos nossos comportamentos são provocações
que não têm razão ou algum tipo de fundamentações.
O futuro fecha-nos as portas, o presente tranca os portões.
E então, pensamos coisas, tentamos fazer previsões.
Aí, os prédios ter-se-ão tornado prisões,
as prisões serão bairros de lata sem condições
e os bairros de lata uma fonte de infestações,
escolas serão quartéis de capitalistas desenfreados
e nós seres extra-consumistas, tornar-nos-emos conformistas e seremos ignorados.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

grupo vs individuo

Enquanto um grupo se mantém junto.
A solidão cresce, pergunto:
Como podemos sentir a solidão?
Como podemos viver a solidão?
Aonde vemos a solidão?
Numa ilusão, numa prisão ou no nosso coração?

Em mim ecoam vozes que me pedem para me afastar,
a razão ecoa mais alto e pede-me para ficar.

Não sei o que fazer, como fazer e quando fazer.
Enquanto trabalho sozinho, sinto que estou a aprender
e quando estou em grupo vejo todo o meu esforço a desvanecer.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

enquanto


Enquanto na água existir vida, eu vou sentir saudade.
Enquanto no ar, houver oxigénio, eu vou viver a liberdade.
Enquanto te tiver no meu coração, pode não haver água nem oxigénio, mas sentirei uma enorme felicidade.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

almas de sangue (Quem se interessa?)


Arrastando-se pela rua, pelo beco, pela travessa.
Uma alma ensanguentada, quem se interessa?
É duro. É desagradável. É contagioso?
Uma alma. É uma alma. Parece vertiginoso
ver as coisas de uma forma crua e violenta.
Esta alma está em sangue, mas não se lamenta.

Uma vagabunda que arrasta consigo a fome,
a pobreza e o vicio que a consome.
Não sabe aonde vive, como vive.
À quem critique. À quem goze. Haja quem sobrevive.
Mas quem se preocupa? Quem se interessa?
Nestas almas de sangue que vivem num canto da travessa.

O país está em crise, como nunca vista.
Esta é a realidade politico – jornalista.
Quem acredita? Quem se esforça para que as coisas mudem?
Almas em sangue, que apenas se iludem?
Ou o precisemos que nos ajudem?
Quando nem a nossa politica valorizamos.
Abstemo-nos. Não preponderamos. E muitas das vezes mal votamos.
Também quem irá votar em pessoas que nos condicionam a liberdade,
que exterminam a nossa privacidade, quando não se interessam pela sociedade
quando estão envolvidos em crimes cheios de falsidade
depois prometem e discutem coisas como a hipocrisia da igualdade.

Se tivéssemos uma balança, não para balançar.
Mas uma balança que pudesse medir e pesar
o valor das pessoas pelas suas atitudes.
Haveria almas em sangue? Haveriam pessoas rudes?

Enquanto te tentei questionar, descobre estas almas. Na tua rua, na tua avenida, no teu beco, na tua cidade, no teu pais, na tua aldeia.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

coisas


Para ti

Tenho saudades de falar contigo,
de me sentir teu amigo.
Deixámos de falar, por uma razão banal.
Enquanto tendo encontrar, penso que isto é normal.

Sempre te disse, que tinha medo de te perder.
Pois, agora não sei como te dizer, não sei o que fazer
para me entenderes. Ou era assim que tudo tinha de acontecer?
É por isso, que perdemos a sensação e acabámos por esquecer
o que éramos, o que falámos. O futuro, ninguém o sabe prever
mas quero recuperar uma amiga que nem parabéns lhe dei.
Eu sei que por vezes exagero com as coisas, eu sei…

Hoje, não sei o que me deu, para estar assim,
não me disseste uma vez que tudo tem um fim?
Achas que chegou o nosso fim?
Não sei porque uma amizade não depende só de mim.

Sinceramente…

Sinceramente, o que estamos cá a fazer?
A razão que me faz questionar, não consigo entender.
Por mais que tenha a noção, que tenha de compreender
e por vezes não te consigo ver e tu pensas que te quero esquecer.

A musica que me leva à saudade
sinceramente, tenho saudades
e enquanto digo a verdade
vejo que vives adversidades.

Parece que me ausento ou que me retiro.
Tento, mas a tua vida é algo que interfiro.
E por vezes a sinceridade parece um tiro,
cortando a respiração, eu não respiro
não consigo respirar e a amizade
parece perdida por não conseguir conciliar,
uma felicidade contida, com o que te posso dar.

Quando me mandas-te aquela mensagem
a minha mente parece ter feito uma paragem.
Sinceramente, sinto falta daquelas pessoas, daquela paisagem.
Mas conscientemente, sei que preciso de força e coragem
para te voltar a ter como amiga. (ikim-)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

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A Fotografia

A moldura de madeira, com um pormenor de metal,
a imagem que me faz remexer no coração e na memória.
Pode não parecer, mas eu penso que é normal,
que a fotografia transmite um acontecimento e uma história.

Embora essa história possa ser sentida com um sorriso,
com uma lágrima ou pelo sentimento de indiferença.
E por vezes, sinto o quanto preciso
daquela fotografia que me faz lembrar uma pessoa e uma experiência.

Em minha casa existe uma pequena caixa num pequeno armário.
Eu não me esqueço do que ela tem lá dentro e esse sentimento é extraordinário.
É como ao abrir da caixa, sinto uma ameaça, como se a remistura remexe-se comigo.
Se calhar não interessa, porque uma fotografia é mais que uma imagem
é uma estranha e problemática viagem
que me faz reviver as coisas, como se me teletransporta-se.
A fotografia apenas me pediu que a guarda-se.


O Livro

A complexidade que o nosso pensamento capta.
Entramos num livro, por uma simples leitura
e qualquer ideia é ainda muito compacta.
A nossa sensibilidade que no livro procura
a legibilidade de uma vida, muitas vezes insegura.

As palavras. As letras. As frases e os parágrafos.
Levam-nos até à história e vivemos então uma recriação
dos acontecimentos. E a nossa atenção
inexplicável mas sentida
pela interpretação emotiva que é lida.

Podíamos da mais valor à escrita, ao dizer-mos que o livro não é um objecto.

Alguns iriam interrogar-se, outros deixariam que as palavras os levassem
pela sensação transmitida , com a expressão de uma frase.
Qual o objectivo de escrever? Porque se escreve? Porque se lê?
Havendo tantas coisas que não existem, outra que acontecem e ninguém vê?
Havendo tanta coisa em que podemos pegar e à nossa mercê
milhares de palavras, com as quais podemos recriar, criar, transmitir e educar.

Dar uso ás coisas que se criam, só nos enriquece enquanto seres
humanos numa busca plena pelo conhecimento, pode ser tudo uma questão de pareceres
mas um livro é mais que isso, é mais que aquilo e menos que…?



A Caminhada

Todos os dias andamos
sem termos uma noção das passadas que damos.
Andamos apenas por andar
mas, não caminhamos.

O sentido da caminhada,
não passa por ir da avenida da Liberdade até à rua Miguel Bombarda.
Será uma questão de sensibilizar
a nossa mente, sobre a razão de cada passada.

Para onde vamos? Por onde andamos?
Sobre caminhos cobertos de desesperos e enganos?
Ou sobre um mundo que tende em mostrar
todas as ambiguidades do nosso quotidiano?

Na vida existem opções, como uma variedade de caminhos.
Se calhar, não devemos dar razão de quando andamos
fundamentar porque caminhamos,
basta dar sentido ao que fazemos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

2deumavez

A sala e a aula

Ao entrar, noto um espaço vazio.
Como se o vazio conseguisse estabelecer uma complementaridade.
Sente-se o calor, a chuva e o frio
E cada aluno vê neste espaço um condicionamento à sua liberdade.

As cadeiras estão riscadas, destruídas e estragadas
pela violência dos alunos, pela não preservação dos materiais.
As mesas sujas, quebradas e esburacadas
transpõem que os alunos expressam-se pelas artes comportamentais.

Cada fila, é como se fosse uma etnia.
Na primeira vê-se os mais atentos ou os mais mal comportados.
Na segunda nota-se aqueles que parecem querer aprender pouco.
Na terceira fila, os que querem tornar o professor louco.
Na quarta são todos os que o nariz respira hipocrisia.
E na última das filas, a quinta servem-se os ignorados.

O quadro negro, parece ter o odor do ódio.
O giz branco parece um guia no meio da escuridão.

O professor, não é lembrado.
Muitas das vezes nem tem significado.
Outros sentem-se importantes, que são donos do «estado».
Aqueles que tentam trabalhar e criar uma cumplicidade são mal olhados.
E os alunos protestam porque as coisas não são do seu agrado.

Como o quadro. Como o giz. Como as mesas. Como as cadeiras.
O professor parece muitas das vezes um objecto perdido no vazio do espaço.
Tornando-se por essas mesmas vezes numa espécie de acessório,
ele não deveria de ser antes um agente educativo?


A cidade

Amanhece, o sol brilha
a água corre pela cantilha
e ao longe vê-se uma ilha
fantástica. A cidade parece
perto e a vaidade
traz consigo a falsidade.

As pessoas movem-se no stresse
não reparando no que acontece
e a confusão traz a solidão.
A cidade fica fria e a lamentação
de uma velhota que está sozinha
contrasta com a contestação
dos professores pela avenida.

Os jovens estragam a cidade,
outros trazem a arte e então é criada a diversidade
e a evolução vê-se estagnada na sociedade.
Destruída por conflitos globais
interesses comerciais e é nos bairros da cidade
que a aculturação é feita por rusgas policiais.
É assim que vejo o desenvolvimento da desigualdade.

Um fosso cultural e económico
que parece tornar o ser humano paranóico.
A loucura já é vista como excesso de liberdade.
Procura-se então uma doença na mentalidade
e assim nasce a auto-destruição da sociedade.