quarta-feira, 29 de abril de 2009

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A Fotografia

A moldura de madeira, com um pormenor de metal,
a imagem que me faz remexer no coração e na memória.
Pode não parecer, mas eu penso que é normal,
que a fotografia transmite um acontecimento e uma história.

Embora essa história possa ser sentida com um sorriso,
com uma lágrima ou pelo sentimento de indiferença.
E por vezes, sinto o quanto preciso
daquela fotografia que me faz lembrar uma pessoa e uma experiência.

Em minha casa existe uma pequena caixa num pequeno armário.
Eu não me esqueço do que ela tem lá dentro e esse sentimento é extraordinário.
É como ao abrir da caixa, sinto uma ameaça, como se a remistura remexe-se comigo.
Se calhar não interessa, porque uma fotografia é mais que uma imagem
é uma estranha e problemática viagem
que me faz reviver as coisas, como se me teletransporta-se.
A fotografia apenas me pediu que a guarda-se.


O Livro

A complexidade que o nosso pensamento capta.
Entramos num livro, por uma simples leitura
e qualquer ideia é ainda muito compacta.
A nossa sensibilidade que no livro procura
a legibilidade de uma vida, muitas vezes insegura.

As palavras. As letras. As frases e os parágrafos.
Levam-nos até à história e vivemos então uma recriação
dos acontecimentos. E a nossa atenção
inexplicável mas sentida
pela interpretação emotiva que é lida.

Podíamos da mais valor à escrita, ao dizer-mos que o livro não é um objecto.

Alguns iriam interrogar-se, outros deixariam que as palavras os levassem
pela sensação transmitida , com a expressão de uma frase.
Qual o objectivo de escrever? Porque se escreve? Porque se lê?
Havendo tantas coisas que não existem, outra que acontecem e ninguém vê?
Havendo tanta coisa em que podemos pegar e à nossa mercê
milhares de palavras, com as quais podemos recriar, criar, transmitir e educar.

Dar uso ás coisas que se criam, só nos enriquece enquanto seres
humanos numa busca plena pelo conhecimento, pode ser tudo uma questão de pareceres
mas um livro é mais que isso, é mais que aquilo e menos que…?



A Caminhada

Todos os dias andamos
sem termos uma noção das passadas que damos.
Andamos apenas por andar
mas, não caminhamos.

O sentido da caminhada,
não passa por ir da avenida da Liberdade até à rua Miguel Bombarda.
Será uma questão de sensibilizar
a nossa mente, sobre a razão de cada passada.

Para onde vamos? Por onde andamos?
Sobre caminhos cobertos de desesperos e enganos?
Ou sobre um mundo que tende em mostrar
todas as ambiguidades do nosso quotidiano?

Na vida existem opções, como uma variedade de caminhos.
Se calhar, não devemos dar razão de quando andamos
fundamentar porque caminhamos,
basta dar sentido ao que fazemos.

1 comentário:

Teresa Novais disse...

Parabens!!!
"A Caminhada", poema muito bonito... depois de muitos km feitos realmente a caminhada passa a fazer mais sentido...não caminhar so por caminhar... poema muito especial para mim...